Como funciona o Transporte Público no Rio de Janeiro?

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A Gestão do Transporte Público no Rio de Janeiro

O transporte público no Brasil é uma das pautas mais discutidas tanto pelo poder público, quanto pela população em geral. O que não é para menos, visto que, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), quase metade da população brasileira depende apenas do transporte público para se locomover dentro das cidades.

Diante da importância desse setor para o funcionamento da economia nacional, é plausível que ele esteja sempre envolvido em debates e sendo alvo de reclamações dos usuários. Como todos sabemos, o transporte público brasileiro ainda deixa muito a desejar e quando se trata do estado do Rio de Janeiro a coisa não é muito diferente.

O transporte falho no Rio de Janeiro

O transporte público no Rio de Janeiro é alvo de reclamações por parte dos usuários e não é à toa. Uma pesquisa realizada pela empresa americana Expert Market, revelou que o Rio de Janeiro está em último lugar entre mais de 70 cidades que tiveram seu transporte público avaliado. 

Outras cidades brasileiras também amargaram posições péssimas, como São Paulo e Salvador, mas o Rio de Janeiro levou a pior, ou melhor, a população que depende desses serviços, leva a pior, em casos como esse.

Para chegar a esse resultado, o instituto avaliou pontos como: a espera pelo transporte público, tempo de viagem, distância e custo mensal do transporte, levando em consideração o salário da população. O último quesito foi crucial para que o estado ficasse em último lugar, pois o transporte é caro e não combina com o valor médio recebido pela população.

Todos os fatores avaliados para se concluir o estudo demonstraram que a ineficiência do transporte público no Rio de Janeiro afeta diretamente a vida da população. O tempo médio de espera nos pontos de ônibus gira em torno dos 19 minutos, o tempo gasto dentro do transporte ultrapassa 1 hora e 30 minutos e a distância média entre a casa e o emprego das pessoas é de 12 quilômetros. Pontos que interferem diretamente na qualidade de vida das pessoas.

É preciso discutir os rumos do transporte público no Rio de Janeiro e no Brasil como um todo, não apenas da perspectiva de quem utiliza o modal como recurso, mas também de quem atua no setor há anos. Afinal, é algo presente no dia a dia das pessoas e motivo de muito estresse, levando em conta os dados acima citados.

Como melhorar a gestão do transporte público no Rio de Janeiro?

Boa parte da população não tem ciência disso, mas o preço cobrado pelas passagens ainda não é suficiente para bancar os custos do transporte público no Rio de Janeiro e em muitas outras cidades brasileiras. 

Infelizmente, quando o assunto é transporte coletivo os problemas estão envoltos em diversas questões estruturais e também históricas, como fica claro no projeto Pioneiros do Transporte.

Empresários e estudiosos do setor, como Jacob Barata Filho, destacam que a gestão atual está muito arraigada a decisões e estruturas mal decididas do passado. 

Muitos pontos precisam de investimentos como: combustível, manutenção dos veículos e salário dos funcionários. Desde os primeiros modelos de ônibus até os mais atuais, todos exigem manutenções e cuidados preventivos, o que não é barato quando se leva em consideração a quantidade de veículos que circulam pelo estado.

O transporte público é gerido pelo poder público, no entanto, está nas mãos de empresas privadas que têm essa licença concedida por meio de licitações. Ao longo do contrato, fica a cargo dessas empresas cuidar do transporte, entretanto, o poder público tem o papel de fiscal e deve garantir meios para que o transporte funcione (manutenção de pontos de ônibus e estradas) e também é responsável pelo valor das tarifas.

Para melhorar o transporte público para a população, é preciso:

  • Clareza no trajeto do ônibus: enquanto algumas ruas e avenidas têm diversos pontos de ônibus, outras têm apenas alguns. O ideal seria que as empresas de transporte, juntamente com as prefeituras, realizassem um estudo e pontuassem os locais com mais movimento e demanda de pontos. Assim, seria possível criar rotas mais eficientes, o que seria bom para as empresas e melhor ainda para a população.
  • Tecnologias: atualmente, empresas de transporte particular fazem uso de aplicativos e outras formas de tecnologia para estar em contato com seus clientes. Essa seria uma boa opção para o transporte público também, permitir que os passageiros acompanhem o trajeto do ônibus, saibam quando ocorrerão atrasos, onde houve acidentes etc. Também é possível utilizar os dados coletados pelos aplicativos para planejar rotas mais eficazes, o que facilita o trabalho das empresas.
  • Motoristas prudentes e envolvidos: um dos pontos principais do transporte público é o condutor. É preciso monitorar a qualidade dos serviços prestados pelos motoristas, incentivar o serviço de qualidade e incentivar a segurança e a prudência durante os trajetos.
  • Gestão transparente: a melhor forma de encontrar soluções para os problemas relacionados ao transporte público é através de uma gestão eficiente, mas acima de tudo, transparente. Estar disposto a reconhecer erros e aberto a novas soluções é fundamental para melhorar o caos que se instaurou no transporte do Rio de Janeiro.

Os desafios para tornar o transporte público mais eficaz e confortável são gigantes. Mas é preciso dar os primeiros passos para superar os números desastrosos que rondam esse quesito nas cidades brasileiras.

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